Crises econômicas e instabilidade política frequentemente caminham juntas, criando um ambiente propício para o aumento da violência política. Em períodos de recessão, desemprego elevado e cortes em serviços públicos, a insatisfação popular cresce, tornando-se um terreno fértil para protestos, polarização e até mesmo conflitos violentos. A relação entre economia e violência política é complexa e envolve tanto fatores estruturais quanto respostas institucionais que podem agravar ou mitigar esses efeitos.
Durante crises econômicas, a população tende a perder confiança no governo e nas instituições, aumentando o apoio a discursos radicais e a lideranças que prometem soluções rápidas e autoritárias. Esse cenário favorece tanto o crescimento de movimentos extremistas quanto a repressão estatal, criando um ciclo em que a violência passa a ser utilizada como ferramenta política. O desespero econômico leva grupos marginalizados a adotarem medidas mais agressivas para reivindicar direitos, enquanto governos, por sua vez, podem recorrer à força para manter o controle social.
Outro fator relevante é a competição por recursos escassos. Em momentos de crise, disputas por emprego, moradia e acesso a serviços públicos podem se intensificar, ampliando tensões sociais e étnicas. Minorias e grupos vulneráveis costumam ser os mais afetados, tornando-se alvos de discriminação e violência política. Além disso, o crescimento da criminalidade em períodos de recessão pode ser instrumentalizado por governos para justificar políticas repressivas e restritivas, exacerbando o autoritarismo.
A instabilidade econômica também afeta o financiamento de campanhas e partidos políticos, alterando o equilíbrio de poder dentro dos sistemas democráticos. A dependência de grupos econômicos para manter campanhas eleitorais e a busca por soluções emergenciais podem levar governos a adotar medidas impopulares, que, por sua vez, geram mais protestos e resistência. Esse ciclo de insatisfação e repressão pode comprometer a governabilidade e resultar em crises políticas prolongadas.